Uma supertempestade solar poderia, em questão de minutos, mergulhar o planeta em um colapso tecnológico. Satélites desorientados, GPS fora do ar, falhas em sistemas elétricos e redes de comunicação em colapso seriam apenas o começo de um apagão global. Esse foi o cenário extremo testado pela Agência Espacial Europeia (ESA) durante uma simulação inédita realizada na Alemanha.
O exercício, conduzido no Centro Europeu de Operações Espaciais (ESOC), avaliou a capacidade de resposta das equipes diante de um evento comparável ao Evento Carrington, registrado em 1859, a maior tempestade solar já observada.
Quando o Sol vira uma ameaça tecnológica
Durante o teste, engenheiros simularam o lançamento do satélite Sentinel-1D e, minutos depois, provocaram falhas nos sistemas de comunicação, imitando os efeitos de uma erupção solar de classe X, a mais poderosa da escala.
Essas erupções liberam energia suficiente para aumentar a densidade atmosférica, alterar rotas de satélites e danificar circuitos eletrônicos em órbita. Em casos extremos, poderiam até derrubar redes elétricas inteiras na Terra.

Os principais impactos de uma tempestade solar desse tipo incluem:
- Perda de comunicação por rádio e falhas em GPS;
- Danos a satélites e aumento do risco de colisões no espaço;
- Apagões elétricos e interferências em sistemas de navegação;
- Auroras polares visíveis em regiões incomuns do planeta.
Preparação global para o próximo ciclo solar
A simulação faz parte do programa europeu Space Weather Readiness, que busca fortalecer protocolos de segurança para satélites e infraestruturas críticas. O objetivo é preparar a humanidade para o aumento da atividade solar, já que o Sol está no auge do Ciclo Solar 25, período de máxima instabilidade.
Entre 2024 e 2025, foram registradas várias tempestades intensas, algumas capazes de afetar comunicações aéreas e marítimas. Diante disso, agências espaciais da Europa, Estados Unidos, Japão e Canadá realizam treinamentos conjuntos para aprimorar alertas e coordenação internacional.
Embora a maioria das erupções solares seja inofensiva, um evento extremo poderia gerar efeitos em cadeia sobre satélites, redes elétricas e até sistemas hospitalares. Por isso, a meta dos especialistas é clara: garantir que o mundo não seja pego de surpresa caso uma supertempestade solar volte a acontecer.

