O capim-elefante é uma das forrageiras mais importantes para a pecuária tropical e a produção de bioenergia, sendo amplamente cultivado em regiões quentes do mundo. Recentemente, um estudo internacional com participação da Embrapa sequenciou o genoma de 450 genótipos coletados em 18 países, revelando mais de 170 milhões de variações no DNA da planta. Esses dados oferecem uma visão inédita da diversidade genética e abrem caminhos para o melhoramento genético direcionado.
Publicado na revista G3: Genes|Genomes|Genetics, o estudo envolveu nove instituições, lideradas pelo International Livestock Research Institute (ILRI), no Quênia. Bancos de germoplasma de cinco instituições em três continentes permitiram analisar a estrutura populacional do capim e identificar genes de interesse para produtividade, valor nutricional e potencial energético.
Descobrindo os genes-chave da forragem

A análise genética destacou regiões do DNA chamadas QTLs (Quantitative Trait Loci), ligadas a características agronômicas valiosas. Entre os principais achados estão:
- Produção de biomassa: aumento no rendimento da planta, essencial para alimentar rebanhos com eficiência;
- Teor de nitrogênio: melhora o valor nutritivo da forragem, aumentando a qualidade alimentar do gado;
- Teor de celulose: fundamental para produção de biocombustíveis e digestibilidade da planta;
- Resistência à seca e adaptabilidade: identificação de genes que permitem melhor desempenho em condições climáticas adversas.
Essas descobertas representam um marco para o desenvolvimento de variedades mais produtivas, sustentáveis e nutritivas, contribuindo para reduzir a dependência de fertilizantes e otimizar a produção agrícola.
Impacto nos programas de melhoramento genético
Com o sequenciamento completo, os programas de melhoramento genético podem ser mais rápidos e precisos, permitindo a seleção de características desejáveis com maior eficiência. Além disso, a pesquisa fortalece a compreensão da diversidade genética do capim-elefante, possibilitando estratégias inovadoras para enfrentar mudanças climáticas e aumentar a produção de bioenergia limpa.
Em síntese, o estudo demonstra como a genômica aplicada à agricultura tropical pode transformar o setor, tornando o capim-elefante não apenas uma fonte de alimento para animais, mas também uma peça-chave na transição para energia sustentável.


 
							 
							 
							