Descoberto dinossauro com armadura de espinhos no Marrocos
Descoberta desafia ideias sobre evolução dos anquilossauros

O Museu de História Natural de Londres apresentou uma arte digital que recria como teria sido o Spicomellus afer (Crédito da imagem: Matthew Dempsey/ Natural History Museum)

Um achado impressionante no deserto do Marrocos está reescrevendo parte da história dos dinossauros. Trata-se do Spicomellus afer, um herbívoro que viveu há cerca de 165 milhões de anos e que exibia uma das armaduras mais curiosas já registradas. Diferente de outros anquilossauros, este animal possuía espinhos ósseos diretamente fundidos às costelas, característica inédita em qualquer outro vertebrado, vivo ou extinto.

Entre os destaques dessa descoberta, os cientistas identificaram que o Spicomellus apresentava:

  • Espinhos de até um metro de comprimento no pescoço;
  • Estruturas ósseas que se projetavam sobre os quadris;
  • Placas e lâminas ósseas ao longo dos ombros;
  • Séries de espinhos longos em forma de lâmina;
  • Uma cauda semelhante a uma marreta, típica dos anquilossauros.

Qual era a função da armadura do Spicomellus afer?

A professora Susannah Maidment, do Museu de História Natural de Londres, explicou que a armadura provavelmente surgiu como estratégia defensiva contra predadores. No entanto, ela também teria servido em contextos sociais, como na atração de parceiros e na demonstração de força diante de rivais.

Richard Butler, professor da Universidade de Birmingham e codiretor do projeto, destacou a relevância da descoberta: 

“O Spicomellus é um dos dinossauros mais estranhos que descobrimos”.

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Um dos mais antigos anquilossauros

Ilustração digital do Spicomellus afer, um dinossauro protegido por espinhos impressionantes, alguns incorporados ao seu esqueleto e que podiam alcançar até um metro de extensão (Crédito da imagem: Matthew Dempsey)

O Spicomellus se consolida como o anquilossauro mais antigo já identificado, pertencente a um grupo conhecido por corpos robustos e caudas semelhantes a marretas.

Contudo, a combinação de espinhos fundidos às costelas coloca este fóssil em uma categoria à parte, tornando-o peça-chave para compreender como a evolução moldou as estratégias de defesa e exibição desses animais pré-históricos.

Relevância para a ciência atual

Além de enriquecer o conhecimento sobre os anquilossauros, o achado reforça a importância das escavações no norte da África, uma região que ainda guarda inúmeros segredos sobre a vida durante o Jurássico Médio

Para os paleontólogos, cada novo fóssil amplia as conexões entre anatomia, comportamento e evolução, ajudando a montar o quebra-cabeça da história da vida na Terra.

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Leandro Sinis é biólogo, formado pela UFRJ, e atua como divulgador científico. Apaixonado por ciência e educação, busca tornar o conhecimento acessível de forma clara e responsável.

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