Computador quântico demonstra superioridade incontestável sobre sistemas clássicos

Ilustração de um computador quântico com um processador quântico em destaque. (Crédito da imagem: Getty Images/ Canva Pro)
Ilustração de um computador quântico com um processador quântico em destaque. (Crédito da imagem: Getty Images/ Canva Pro)

Um computador quântico provou, pela primeira vez, que pode superar incondicionalmente os computadores clássicos em uma tarefa específica. Diferentemente dos bits tradicionais, que só assumem valores 0 ou 1, os qubits utilizados na computação quântica podem existir em múltiplos estados simultaneamente, permitindo armazenar e processar uma quantidade exponencialmente maior de informações.

Principais destaques da conquista:

  • Supremacia quântica comprovada: tarefa impossível para computadores clássicos com os mesmos recursos;
  • Uso eficiente de qubits: 12 qubits foram suficientes para realizar uma tarefa que exigiria 62 bits clássicos;
  • Manipulação de estados emaranhados: explorando o vasto espaço de Hilbert da memória quântica;
  • Impacto em criptografia e simulação: aplicações em segurança de dados e modelagem de sistemas complexos;
  • Base para pesquisas futuras: abre caminho para integração de computadores quânticos em problemas do mundo real.

Como foi realizado o experimento

Os pesquisadores desenvolveram um desafio matemático projetado para explorar a vantagem da memória quântica. O experimento envolvia duas partes do sistema quântico, conhecidas como Alice e Bob:

  • Alice criava um estado quântico complexo e o transmitia como mensagem.
  • Bob precisava medir esse estado e prever seu conteúdo antes que Alice concluísse a preparação.

A tarefa foi repetida mais de 10.000 vezes para garantir precisão e consistência. A análise revelou que um computador clássico precisaria de pelo menos 62 bits de memória, enquanto o dispositivo quântico completou a tarefa com apenas 12 qubits, comprovando a eficiência exponencial dos processadores quânticos.

O significado da vantagem quântica

Ilustração realista de microchip de um processador quântico (Crédito da imagem: Getty Images/ Canva Pro)
Ilustração realista de microchip de um processador quântico (Crédito da imagem: Getty Images/ Canva Pro)

Essa forma de superioridade, chamada de supremacia da informação quântica, demonstra que os sistemas quânticos podem gerar e manipular estados emaranhados de alta complexidade, explorando o chamado espaço de Hilbert, o vasto recurso de memória quântica que torna impossível a reprodução do mesmo desempenho por máquinas clássicas.

Benefícios dessa conquista incluem:

  • Criptografia mais segura, com protocolos resistentes a ataques tradicionais;
  • Modelagem acelerada de sistemas complexos, essencial para desenvolvimento de medicamentos e novos materiais;
  • Simulações de fenômenos quânticos, abrindo portas para pesquisas científicas avançadas.

Caminho para aplicações reais

Essa prova incondicional de supremacia quântica aproxima a computação quântica de aplicações do mundo real, mostrando que os processadores atuais já podem acessar sua capacidade exponencial de memória. 

Embora ainda existam desafios técnicos e de escalabilidade, o estudo marca um novo padrão na ciência da computação, abrindo oportunidades para integrar essas máquinas em áreas estratégicas da indústria e pesquisa científica.

Leandro Sinis é biólogo, formado pela UFRJ, e atua como divulgador científico. Apaixonado por ciência e educação, busca tornar o conhecimento acessível de forma clara e responsável.

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