A Terra primitiva não era o planeta cheio de vida que conhecemos hoje. Um estudo publicado na revista Science Advances revela que a vida só floresceu depois que um objeto gigantesco rico em água colidiu com o planeta, alterando sua composição química.
Esse impacto forneceu os elementos essenciais para a existência de água líquida, atmosfera densa e química orgânica, transformando a Terra em um ambiente apto para a vida.
Resumo do estudo:
- A colisão com Theia, corpo do tamanho de Marte, trouxe elementos essenciais à vida;
- O impacto introduziu água e outros voláteis, transformando a Terra primitiva;
- Esse processo ocorreu menos de 3 milhões de anos após a formação do planeta;
- Análises isotópicas de manganês-53 e cromo-53 revelaram a idade e a assinatura química da Terra;
- Os achados reforçam a Hipótese do Impacto Gigante e ajudam a estudar exoplanetas habitáveis.
Decifrando a química da Terra primitiva

Na infância do Sistema Solar, há cerca de 4,56 bilhões de anos, as altas temperaturas impediram que elementos voláteis se condensassem nos planetas internos. Apenas corpos mais distantes conseguiam reter substâncias essenciais à vida.
Para entender quando esses ingredientes chegaram à Terra, os pesquisadores analisaram isótopos radioativos, em especial o manganês-53, que decai para cromo-53 com meia-vida de 3,8 milhões de anos.
O estudo utilizou um sistema de medição de tempo de alta precisão baseado no decaimento radioativo do manganês-53, permitindo determinar a idade exata e reconstruir a assinatura química da Terra primitiva. Os resultados fornecem dados empíricos inéditos sobre a composição inicial do planeta.
Impacto cósmico e surgimento da Lua
O estudo reforça a Hipótese do Impacto Gigante, que sugere que a Lua se formou após a colisão da Terra com Theia. Antes do impacto, a Terra era seca e rochosa; somente após a colisão os elementos voláteis, incluindo água, foram introduzidos.
A pesquisa indica que a vida na Terra dependeu de um evento fortuito e não de um desenvolvimento contínuo, mostrando que a facilidade de vida no Universo não é algo garantido.
Colisão da Theia com a Terra pode ajudar entender a origem da vida em Exoplanetas
Compreender quando e como os elementos necessários à vida chegaram à Terra é essencial para avaliar a habitabilidade de outros planetas rochosos próximos de suas estrelas.
O próximo passo dos pesquisadores é detalhar a colisão com Theia usando modelagem computacional e simulações avançadas, visando entender não apenas a formação física da Terra e da Lua, mas também sua composição química e assinaturas isotópicas.
Essas descobertas são fundamentais para decifrar a origem da vida e os fatores que tornam um planeta realmente habitável.