Imagine torres de gelo de metano com a altura de arranha-céus, enfileiradas por milhares de quilômetros ao longo do equador de um mundo gelado nos confins do Sistema Solar. Essa não é uma cena de filme: trata-se de uma descoberta científica feita em Plutão, com base em dados da missão New Horizons, da NASA.
Uma paisagem alienígena digna de ficção científica
Essas estruturas, chamadas de “terreno laminado”, foram identificadas em regiões de alta altitude e podem cobrir até 60% da região equatorial do planeta anão, uma área cinco vezes maior que os Estados Unidos continentais.
- Torres de gelo de metano com cerca de 300 metros de altura foram detectadas em Plutão;
- Elas estão organizadas em fileiras quase paralelas, separadas por até 7 km;
- O padrão geológico foi batizado de terreno laminado;
- A área coberta pode abranger 60% do equador plutoniano;
- As formações são semelhantes às penitentes da Terra, mas muito maiores;
- Análises indiretas sugerem que a maior parte dessas torres está no lado escuro de Plutão;
- A formação das torres está ligada a ciclos sazonais de metano;
- Futuras missões são necessárias para confirmar a extensão exata dessas estruturas.
Picos gelados de 300 metros: como eles foram detectados?

As cristas de gelo de metano, comparadas às penitentes que se formam nos Andes da Terra, foram vistas inicialmente em Tartarus Dorsa, uma cadeia montanhosa ao leste da icônica Tombaugh Regio, em formato de coração.
Cada torre mede cerca de 300 metros de altura, quase do tamanho da Torre Eiffel, e estão separadas por até 7 km. Cabe ressaltar que a sonda só capturou imagens detalhadas do hemisfério de encontro, ou seja, o lado voltado para a sonda durante o sobrevoo.
No entanto, dados de infravermelho revelaram que o outro lado de Plutão, mesmo sem imagens nítidas, possui alta concentração de metano. Isso porque superfícies rugosas geram sombras e refletem menos luz, o que permitiu aos cientistas inferir, de maneira indireta, que torres semelhantes também estão lá.
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Superfícies escuras revelam pistas escondidas
Os pesquisadores analisaram a refletância da luz em diferentes ângulos sobre seis regiões específicas de Plutão. Com isso, notaram que áreas ricas em metano, mesmo no lado escuro, eram em média duas vezes mais irregulares que as já conhecidas. Sendo assim, há fortes indícios de que as torres geladas também estejam presentes ali.
Por que essas formações ocorrem perto do equador?
A formação das torres está ligada a ciclos sazonais de condensação e sublimação de metano, governados pelas variações orbitais e climáticas do planeta. Vale destacar que a faixa observada vai de 30 graus ao norte até 30 graus ao sul do equador, o que indica um padrão climático ideal para esse tipo de fenômeno.
Será possível confirmar tudo isso?
Dessa maneira, embora as evidências atuais sejam indiretas, elas são robustas. Por isso, segundo o pesquisador Ishan Mishra, “a maneira mais definitiva de confirmar a extensão do terreno laminado para o lado escuro de Plutão é uma futura missão espacial”. Até lá, o estudo oferece o melhor que a ciência pode alcançar com os dados disponíveis.
Além disso, a descoberta reforça como mundos distantes ainda escondem paisagens surpreendentes. Desse jeito, Plutão continua a fascinar e desafiar o nosso conhecimento, mesmo a bilhões de quilômetros da Terra.
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