A China está canalizando seus esforços tecnológicos para uma área cada vez mais promissora: os robôs humanoides. Durante a Conferência Mundial de Inteligência Artificial em Xangai (WAIC), que termina nesta segunda-feira (28), o que mais chamou atenção não foram apenas os avanços em IA, mas sim o protagonismo crescente desses robôs multifuncionais. E não é exagero: máquinas tocaram instrumentos, atuaram como garçons e até lutaram boxe com humanos literalmente.
Vale destacar que o evento reuniu as principais inovações do setor, e os robôs, apesar de ainda não serem perfeitos, demonstraram versatilidade e sofisticação crescentes. Um dos destaques foi o modelo G1, da Unitree, com 1,30m de altura, bateria de duas horas e performance ao vivo como boxeador. Antes mesmo do evento começar, a empresa surpreendeu com o anúncio do R1, robô de tamanho real com preço acessível: menos de US$ 6 mil (cerca de R$ 33,5 mil).
Do entretenimento ao mercado: robôs e humanos digitais ganham espaço

Além disso, a gigante Baidu apresentou sua nova geração de “humanos digitais”, agentes baseados em pessoas reais, capazes de pensar, tomar decisões e colaborar com humanos. Em uma transmissão ao vivo, um desses agentes chegou a superar um streamer humano em vendas, o que reforça o potencial comercial dessas tecnologias.
Com isso, a Baidu também garantiu licença para operar robotáxis autônomos em partes de Xangai, expandindo o alcance da robótica inteligente. Cabe ressaltar que até os populares “cães robôs” tiveram espaço no evento, evidenciando o quanto a diversidade de aplicações cresce nesse setor.
Por que a China pode estar superando os EUA nesse campo
Isso porque o governo chinês tem oferecido forte apoio ao setor de robótica, com incentivos e subsídios direcionados. Segundo especialistas ouvidos pela AFP, os robôs humanoides chineses já podem estar à frente dos americanos. Sendo assim, a movimentação do governo não é apenas técnica, mas também geopolítica.
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No primeiro dia da WAIC, o premiê Li Qiang propôs a criação de uma organização internacional para promover a cooperação global em IA, sugerindo uma tecnologia de uso aberto entre países. Por isso, a China quer se colocar como contraponto aos EUA, mesmo sem citá-los diretamente.
Dessa maneira, fica claro por que os robôs humanoides estão se tornando os novos queridinhos do governo e da indústria. Desse jeito, a China dá mais um passo para consolidar sua liderança tecnológica no século XXI.