A Blue Origin está prestes a entrar em um novo capítulo da corrida espacial. O foguete New Glenn, considerado o maior já desenvolvido pela empresa, será o protagonista de uma missão da NASA com destino a Marte, consolidando sua estreia operacional e testando um modelo de voo totalmente reutilizável.
Previsto para domingo (9), às 15h45, o lançamento ocorrerá a partir do Complexo 36, em Cabo Canaveral (EUA). O foguete transportará duas espaçonaves gêmeas do projeto ESCAPADE, desenvolvidas pela Universidade da Califórnia em Berkeley, que investigarão o ambiente magnético e atmosférico marciano.
Principais pontos da missão:
- Primeiro voo operacional do New Glenn após testes bem-sucedidos em janeiro;
- Duas espaçonaves da missão ESCAPADE serão enviadas a Marte;
- Estudo do vento solar e campo magnético para entender a perda da atmosfera marciana;
- Pouso controlado do primeiro estágio na volta, testando reutilização;
- Transmissão oficial limitada, devido à paralisação parcial do governo dos EUA.
Uma nova rota até o Planeta Vermelho
Diferente das missões tradicionais, a ESCAPADE não aproveitará a janela ideal de alinhamento entre a Terra e Marte, que ocorre a cada dois anos. Em vez disso, seguirá uma trajetória experimental, orbitando o ponto de Lagrange L2 antes de retomar o caminho para o planeta vermelho. A chegada está prevista para 2027.

Essa estratégia, planejada pela empresa Advanced Space, poderá abrir caminho para viagens interplanetárias mais flexíveis, tornando possíveis lançamentos a Marte em qualquer época do ano. Além disso, o perfil da missão permite testar tecnologias que reduzem custos e tempo de espera para futuras expedições tripuladas.
Tecnologia de comunicação em teste orbital
Além da missão científica, o New Glenn também carregará um experimento de comunicação da Viasat, denominado InRange. O sistema usará satélites em banda L para manter contato contínuo entre o foguete e o centro de controle, mesmo fora do alcance das antenas terrestres.
Se for bem-sucedido, o teste poderá revolucionar o modo como agências espaciais e empresas privadas mantêm comunicação com missões distantes, diminuindo custos e ampliando o acesso ao espaço.
Reutilização e o futuro da Blue Origin
Após liberar as cargas rumo a Marte, o primeiro estágio do New Glenn retornará à Terra para pousar sobre uma balsa no Atlântico, um processo semelhante ao usado pela SpaceX. O sucesso dessa manobra é essencial para comprovar a viabilidade do modelo reutilizável que a Blue Origin pretende adotar em larga escala.
Com o NG-2, a empresa busca provar que pode competir em igualdade com outras gigantes do setor e oferecer lançamentos frequentes, sustentáveis e economicamente viáveis.

