Quando olhamos para o céu de inverno, as Plêiades, também chamadas de “Sete Irmãs”, parecem pequenas e isoladas. No entanto, pesquisas recentes revelam que essas estrelas visíveis são apenas o núcleo de uma estrutura muito maior, que os astrônomos chamam de Complexo das Grandes Plêiades. Ao unir dados do satélite TESS da NASA com o Gaia da ESA, cientistas da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill descobriram milhares de estrelas irmãs escondidas, espalhadas por uma região 20 vezes maior do que se imaginava. Entre os pontos mais surpreendentes da descoberta:
- As Plêiades fazem parte de uma família estelar extensa em processo de dissolução;
- As estrelas jovens giram rapidamente, funcionando como relógios cósmicos para determinar idade;
- Estrelas outrora consideradas isoladas são, na verdade, membros distantes deste complexo;
- Este método permite mapear estruturas estelares dispersas antes invisíveis;
- A pesquisa abre caminhos para rastrear a origem do próprio Sol e de seu grupo natal.
Muito além do aglomerado visível
Tradicionalmente, o foco nas Plêiades se limitava às estrelas mais brilhantes e próximas, visíveis sem telescópios. Agora, com técnicas que combinam rotação estelar e movimento preciso no espaço, é possível identificar estrelas “perdidas” que pertencem ao mesmo núcleo familiar.

O Complexo das Grandes Plêiades revela que o céu noturno esconde arquiteturas cósmicas complexas, antes completamente invisíveis, mostrando como as estrelas se espalham com o tempo, mantendo ligações sutis com suas irmãs.
Implicações científicas e culturais
Além de expandir nosso entendimento da formação estelar, esta descoberta conecta ciência e cultura. As Plêiades sempre tiveram destaque em tradições antigas, como no Antigo Testamento, no Talmude, na celebração de Matariki na Nova Zelândia e até no logotipo da Subaru no Japão.
Do ponto de vista astronômico, a pesquisa redefine o modo como estudamos grupos estelares e sistemas planetários, abrindo portas para compreender a evolução de sistemas solares, incluindo o nosso próprio.
Rastros da infância do Sol

Ao analisar a rotação das estrelas, os astrônomos agora podem reconstruir famílias estelares extremamente dispersas, muitas vezes confundidas com agrupamentos independentes. Isso permite estudar origens estelares e entender se o Sol nasceu em um conjunto semelhante de estrelas irmãs.
Dessa forma, cada estrela mapeada contribui para uma visão mais completa da arquitetura oculta da nossa galáxia, revelando conexões que estavam além do alcance de métodos tradicionais.
Uma nova visão do universo próximo
O Complexo das Grandes Plêiades nos mostra que as estrelas não vivem isoladas, mas sim como partes de redes vastas e dinâmicas. A descoberta transforma nossa percepção do céu noturno, revelando um universo interconectado, cheio de estrelas irmãs que se espalharam silenciosamente pelo espaço ao longo de milhões de anos. Para astrônomos e curiosos, este é um convite para observar o céu com olhos renovados, compreendendo que cada ponto de luz pode pertencer a uma história muito maior do que se imaginava.

