A Antártida voltou a chamar atenção da comunidade científica com a descoberta de vazamentos significativos de metano (CH4) no Mar de Ross. Este gás, semelhante ao dióxido de carbono (CO2), é capaz de reter calor na atmosfera com intensidade muito maior nos primeiros anos após sua liberação, tornando-se um fator crítico no avanço do aquecimento global. O estudo, publicado na revista Nature Communications, alerta para potenciais impactos climáticos e ecológicos, que exigem monitoramento urgente.
Pesquisadores identificaram uma multiplicidade de vazamentos localizados entre 5 e 240 metros abaixo da superfície, utilizando levantamentos acústicos, mergulhadores e veículos operados remotamente (ROV). Inicialmente, esperava-se localizar apenas um ponto de escoamento, mas dezenas de novos vazamentos foram detectados, surpreendendo a equipe científica.
Principais pontos observados:
- Intensificação do aquecimento global, devido à liberação de metano retendo calor 80 vezes mais que o CO2 nos primeiros 20 anos;
- Origens humanas e naturais: agricultura e combustão de combustíveis contribuem, assim como o derretimento do permafrost;
- Impactos nos ecossistemas marinhos, potencialmente alterando a biodiversidade e a química dos oceanos;
- Incerteza sobre quantidade liberada: ainda não se sabe quanto metano chega à atmosfera e quanto permanece preso no gelo;
- Necessidade de esforços internacionais coordenados para monitoramento e mitigação.
Consequências imediatas e futuras

O aumento das temperaturas globais provoca um efeito dominó: à medida que o calor cresce, mais fontes naturais liberam gases de efeito estufa, amplificando o aquecimento. Este ciclo cria um cenário crítico, especialmente em regiões sensíveis como a Antártida, onde alterações rápidas podem afetar desde a fauna marinha até as correntes oceânicas que regulam o clima mundial.
Se os vazamentos continuarem se expandindo, os impactos podem incluir:
- Aceleração do aquecimento global, com efeitos diretos sobre padrões climáticos extremos;
- Acidificação dos oceanos, prejudicando corais, peixes e cadeias alimentares;
- Transformação de ambientes costeiros, com alterações drásticas em poucos anos;
- Riscos socioeconômicos, afetando comunidades dependentes da pesca e do turismo polar.
Vigilância científica e ação global
Diante da situação, cientistas defendem monitoramento constante, desenvolvimento de tecnologias de detecção e políticas internacionais que possibilitem respostas rápidas a novos vazamentos. O Mar de Ross tornou-se um laboratório natural que evidencia como pequenas mudanças podem gerar consequências globais.