A estrela mais antiga do cosmos finalmente tem idade confirmada

Imagem ilustrativa de HD 140283, o astro mais velho já registrado (Crédito: NASA)
Imagem ilustrativa de HD 140283, o astro mais velho já registrado (Crédito: NASA)

Durante décadas, a estrela Matusalém (HD 140283) intrigou astrônomos ao sugerir uma idade superior à do próprio Universo. Localizada a cerca de 190 anos-luz da Terra, na constelação de Libra, essa estrela subgigante apresentou estimativas iniciais de 16 bilhões de anos, contradizendo o consenso científico de que o Universo tem aproximadamente 13,8 bilhões de anos.

O estudo de Matusalém não apenas desafia os modelos de formação estelar, mas também ilumina processos fundamentais na evolução cósmica:

  • Idade inicial estimada: 16 bilhões de anos, baseada em dados do satélite Hipparcos;
  • Nova medição de distância: 190,1 anos-luz usando o Telescópio Hubble;
  • Propriedades químicas: baixa metalicidade e alta proporção de oxigênio em relação ao ferro;
  • Tamanho e movimento: entre 5 e 10 vezes o Sol, com alta velocidade no halo da Via Láctea.

Características que tornam Matusalém única

HD 140283 mostra segredos do cosmos e sua origem inicial (Crédito: NASA/GSFC/SkyView/DSS2)
HD 140283 mostra segredos do cosmos e sua origem inicial (Crédito: NASA/GSFC/SkyView/DSS2)

Matusalém é pobre em metais, o que indica que nasceu quando os elementos pesados ainda não se espalhavam pelo Universo. Sua alta velocidade sugere que é uma visitante temporária da vizinhança do Sol, possivelmente retornando ao halo galáctico futuramente.

Refinando a idade da estrela

Após décadas de debate, novas medições corrigiram inconsistências anteriores:

  • Ajustes na distância reduziram a margem de erro;
  • A proporção de oxigênio para ferro revelou composição compatível com modelos cosmológicos;
  • Estimativas mais recentes colocam sua idade entre 11,5 e 14,5 bilhões de anos, tornando-a compatível com a idade do Universo.

Importância científica

Mesmo com correções, Matusalém permanece a estrela mais antiga já identificada. O estudo de seu brilho, composição e movimento ajuda astrônomos a entender a formação inicial de estrelas e a evolução química do cosmos.

O caso de Matusalém demonstra que novas medições e tecnologias, como o Hubble e análises espectroscópicas, são essenciais para resolver paradoxos cósmicos. A estrela continua a ser um laboratório natural para estudar a origem do Universo e a história das primeiras gerações de astros.

Leandro Sinis é biólogo, formado pela UFRJ, e atua como divulgador científico. Apaixonado por ciência e educação, busca tornar o conhecimento acessível de forma clara e responsável.

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