Radiotelescópios registram ponto cósmico apelidado de ‘Olho de Sauron’
Blazar luminoso ajuda a confirmar teorias sobre buracos negros e partículas cósmicas

PKS 1424+240, batizado de "Olho de Sauron" (Crédito da imagem: Y.Y. Kovalev)

O universo não para de surpreender. Entre descobertas que expandem os limites do conhecimento humano, surge agora uma observação digna de obra de ficção: o chamado “Olho de Sauron”, um blazar distante que lembra o símbolo da saga “O Senhor dos Anéis”.

A imagem, resultado de 15 anos de observações com o Very Long Baseline Array (VLBA), reforça como a ciência pode dialogar com a cultura popular para tornar o cosmos ainda mais fascinante. Confira os pontos principais da descoberta:

  • Objeto estudado: blazar PKS 1424+240, apelidado de “Olho de Sauron”;
  • Origem do apelido: semelhança com a ilustração de Alan Lee e o filme de Peter Jackson;
  • Ferramenta usada: radiotelescópios do sistema VLBA;
  • Destaque científico: jatos de plasma alinhados diretamente com a Terra;
  • Relevância: confirmação de que núcleos galácticos ativos são aceleradores de partículas.

A história por trás do apelido curioso

O objeto, oficialmente batizado de PKS 1424+240, já era conhecido pela comunidade científica. No entanto, sua forma intrigante só foi revelada após a reconstrução das imagens coletadas por radiotelescópios. Como explicou o principal autor do estudo, Yuri Kovalev: 

“Quando reconstruímos a imagem, ela parecia absolutamente deslumbrante. Nunca vimos nada parecido, um campo magnético toroidal quase perfeito com um jato apontando diretamente para nós”.

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O que é um blazar e por que ele importa

Cientistas utilizaram uma rede de radiotelescópios para registrar a impressionante imagem do blazar apelidado de “Olho de Sauron”. (Crédito da imagem: Y.Y. Kovalev)

Um blazar é uma galáxia ativa cujo centro abriga um buraco negro supermassivo. Esse tipo de objeto se destaca porque emite jatos de plasma extremamente energéticos alinhados com a Terra. Essa configuração gera um efeito de amplificação de brilho, chegando a até 30 vezes mais intenso do que o real.

Entre as características que tornam o PKS 1424+240 singular, destacam-se:

  • É considerado o blazar emissor de neutrinos mais brilhante já observado;
  • Os jatos de plasma apontam diretamente em nossa direção, permitindo estudos inéditos;
  • Sua luminosidade extrema ajuda a confirmar teorias sobre aceleradores cósmicos de partículas.

O impacto científico da descoberta

Além da beleza visual e do simbolismo cultural, o “Olho de Sauron” representa um avanço para a astrofísica. As análises mostram que núcleos galácticos ativos funcionam como aceleradores naturais de partículas, incluindo prótons e elétrons. 

Essa evidência reforça hipóteses antigas e abre caminhos para compreender a origem dos neutrinos de alta energia, fundamentais para decifrar fenômenos extremos do universo.

Portanto, mais do que uma imagem impressionante, o estudo ajuda a conectar diferentes áreas da astronomia, desde o papel dos campos magnéticos até os mecanismos de emissão de radiação em buracos negros.

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Leandro Sinis é biólogo, formado pela UFRJ, e atua como divulgador científico. Apaixonado por ciência e educação, busca tornar o conhecimento acessível de forma clara e responsável.

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