Cientistas desenvolvem chip cerebral que se conecta com inteligência artificial

Ilustração artística de um sistema computacional neuromórfico (Crédito da imagem: Canva Pro/ Gerada com IA)

Imagine um chip capaz de processar dados com a mesma lógica do cérebro humano, transmitindo informações sem fio em alta velocidade. Essa é a proposta do novo “cérebro de micro-ondas”, desenvolvido por pesquisadores da Cornell University, nos Estados Unidos.

A tecnologia combina inteligência artificial em hardware com baixo consumo de energia, abrindo novas possibilidades para dispositivos pessoais e aplicações avançadas de monitoramento.

Por que chamam de “cérebro de micro-ondas”?

  • O chip processa dados utilizando a física dos micro-ondas;
  • Funciona como uma rede neural neuromórfica, inspirada na organização cerebral;
  • Permite que a inteligência artificial opere diretamente no hardware, acelerando cálculos complexos;
  • Compacto, podendo ser incorporado em smartwatches e outros dispositivos portáteis.

O nome pode parecer curioso, mas reflete exatamente a inovação: o chip transforma sinais de micro-ondas em processamento de informações, simulando o comportamento de neurônios artificiais. Assim, ele realiza tarefas de forma rápida e eficiente, aproximando seu funcionamento do cérebro humano.

Como o chip realiza o processamento de dados

Chip de computador com sinal de Inteligência Artificial (Crédito da imagem: Getty Images/ Canva Pro)

Diferente dos processadores digitais tradicionais, que processam informações de maneira sequencial, o novo chip utiliza trajetórias físicas onde os sinais de micro-ondas circulam e interagem. Cada guia de onda atua como um neurônio, processando os dados de forma analógica antes de convertê-los em digital.

Essa abordagem reduz a necessidade de memória, elimina cálculos repetitivos e aumenta a velocidade de processamento. Em testes, o protótipo alcançou 88% de precisão na classificação de sinais sem fio, desempenho comparável a chips digitais sofisticados.

Leia também:

O diferencial da tecnologia

O grande destaque do cérebro de micro-ondas está no uso de micro-ondas tanto para processamento quanto para transmissão de informações, mantendo o consumo energético em apenas 200 miliwatts, muito inferior às redes neurais digitais convencionais.

Isso é possível porque o chip substitui os ciclos de clock tradicionais por guias de ondas ajustáveis, que modulam amplitude, fase e frequência dos sinais. Dessa forma, ele consegue identificar padrões em tempo real sem depender de ciclos rígidos, garantindo rapidez e eficiência.

Aplicações e futuro promissor

As possibilidades vão além do laboratório. O chip pode ser usado em rastreamento por radar, monitoramento de tráfego de rádio, detecção de anomalias e decodificação de sinais em ambientes congestionados. No futuro, espera-se que seja integrado a dispositivos pessoais, como celulares e relógios inteligentes, tornando-os mais rápidos, autônomos e menos dependentes da nuvem.

Em resumo, o “cérebro de micro-ondas” representa um avanço tecnológico significativo em chips neuromórficos de baixo consumo, unindo eficiência energética, velocidade e precisão

Essa inovação abre caminho para uma nova geração de aparelhos inteligentes e conectados, capazes de operar com autonomia e inteligência sem precedentes.

Mídias sociais:

  • Siga nosso perfil no Instagram e fique por dentro das novidades do Fala Ciência!
  • Receba conteúdos do Fala Ciência! em primeira mão. Clique e Acesse agora nosso canal no WhatsApp!

Leandro Sinis é biólogo, formado pela UFRJ, e atua como divulgador científico. Apaixonado por ciência e educação, busca tornar o conhecimento acessível de forma clara e responsável.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *