Rajadas solares poderosas atingem Terra e geram apagões de rádio

Duas erupções solares classe X geram apagões de rádio globais (Imagem: Gerada por IA/ Canva Pro)
Duas erupções solares classe X geram apagões de rádio globais (Imagem: Gerada por IA/ Canva Pro)

O Sol mostrou toda sua força nesta terça-feira, 4 de novembro de 2025, com duas erupções de classe X em um intervalo inferior a seis horas, impactando comunicações de rádio em diversas regiões do planeta. Esses eventos evidenciam a intensidade crescente da atividade solar, que segue em seu Ciclo Solar 25, período de maior frequência de manchas e explosões.

  • A primeira explosão X1.8 na mancha AR4274 afetou as Américas do Norte e Sul;
  • A segunda, X1.1, interrompeu sinais de rádio no Pacífico Norte, Austrália e Nova Zelândia;
  • Ambas liberaram ejeções de massa coronal (CMEs), bolhas de plasma e campos magnéticos;
  • As bordas dessas CMEs podem interagir com ventos solares, causando tempestades geomagnéticas leves a moderadas (G1 a G2);
  • O fenômeno deve gerar auroras intensas e coloridas nos polos até sexta-feira.

Tempestades geomagnéticas e auroras nos próximos dias

Auroras mais intensas devem surgir após explosões solares recentes (Imagem: NASA/SDO)
Auroras mais intensas devem surgir após explosões solares recentes (Imagem: NASA/SDO)

Apesar de nenhuma das CMEs estar diretamente direcionada à Terra, sua interação tangencial com o vento solar poderá alterar os campos magnéticos do planeta, criando tempestades geomagnéticas leves a moderadas. A região AR4274 continua ativa, tendo liberado outra explosão moderada de classe M7.4, aumentando a probabilidade de novas erupções significativas.

O Sol apresenta ciclos de 11 anos de atividade, e atualmente está no Ciclo Solar 25, caracterizado por aumento de manchas e energia liberada. Nessas regiões, os campos magnéticos acumulam energia até se romperem, causando explosões de partículas carregadas e plasma conhecidas como CMEs.

As erupções solares são classificadas de A a X, com cada nível 10 vezes mais intenso que o anterior. A classe X representa os clarões mais fortes, e o número que a acompanha indica sua intensidade relativa, como X1, X2 ou X3.

Monitoramento e impacto global

Mancha solar ativa aumenta risco de novas erupções próximas à Terra (Imagem: NASA/SDO)
Mancha solar ativa aumenta risco de novas erupções próximas à Terra (Imagem: NASA/SDO)

Além das explosões, o Sol também apresenta chuvas de plasma superaquecido, chamadas de chuva coronal, nas quais milhões de graus Celsius de material caem de volta à superfície. Esse fenômeno evidencia o dinamismo extremo da estrela, com efeitos diretos sobre a magnetosfera terrestre e possíveis impactos tecnológicos.

Essas erupções destacam a importância de monitoramento contínuo do Sol, pois podem afetar sistemas de comunicação, navegação por satélite e energia elétrica, além de oferecer espetáculos visuais impressionantes nos polos. Com a atividade solar em alta, cientistas reforçam que auroras mais intensas podem se tornar mais frequentes nos próximos dias.

Leandro Sinis é biólogo, formado pela UFRJ, e atua como divulgador científico. Apaixonado por ciência e educação, busca tornar o conhecimento acessível de forma clara e responsável.