Os recifes de corais, um dos ecossistemas mais biodiversos do planeta, atingiram um ponto crítico de colapso. Um estudo internacional com participação de 160 cientistas de 23 países identificou mortes generalizadas de corais, sugerindo que a situação pode ser irreversível se não houver ações imediatas contra o aquecimento global.
Nos últimos anos, a temperatura dos oceanos alcançou níveis históricos, levando a eventos massivos de branqueamento de corais, que já afetaram cerca de 80% das colônias. A gravidade da situação é tamanha que os recifes podem ter ultrapassado o chamado ponto de não retorno, capaz de disparar efeitos dominó em outras áreas do planeta.
Principais impactos observados:
- Mortes em larga escala de corais tropicais;
 - Branqueamento que compromete a fotossíntese e a sobrevivência dos organismos;
 - Ameaça à biodiversidade marinha local e global;
 - Redução da proteção natural contra erosão costeira;
 - Perda de recursos econômicos ligados ao turismo e à pesca.
 
O que significa o ponto de não retorno
O conceito de ponto de não retorno indica um limite após o qual ecossistemas sofrem alterações permanentes e irreversíveis. No caso dos corais, isso se traduz em destruição progressiva das colônias, redução drástica da biodiversidade e consequente impacto sobre peixes e espécies dependentes.

O relatório Global Tipping Points 2025, publicado por pesquisadores da Universidade de Exeter com apoio do Instituto Potsdam para Pesquisa sobre Impacto Climático, reforça que os recifes representam o primeiro alerta crítico do planeta. Essa avaliação é baseada em observações históricas e registros de branqueamento extremo que não têm precedentes.
Riscos que vão além dos recifes
Além dos corais, outros ecossistemas globais estão sob ameaça crescente. Entre eles:
- Derretimento acelerado das geleiras e pequenas massas de gelo;
 - Desaceleração das correntes oceânicas, afetando clima e biodiversidade;
 - Degelo das capas polares, contribuindo para aumento do nível do mar;
 - Pressão sobre florestas tropicais, incluindo a Floresta Amazônica, que pode degradar mesmo com aquecimento abaixo de 2 °C;
 - Impactos socioeconômicos globais, afetando pesca, turismo e comunidades costeiras.
 
Essa crise global é monitorada de perto em reuniões preparatórias da Conferência das Partes da ONU, como a pré-COP realizada em Brasília, reunindo delegações de diversos países para discutir medidas urgentes de mitigação.
Ação imediata é essencial
A sobrevivência dos recifes depende de redução imediata de emissões de gases de efeito estufa, proteção de áreas marinhas críticas e recuperação de habitats degradados. O estudo reforça que mesmo pequenas mudanças climáticas podem desencadear efeitos irreversíveis e comprometer ecossistemas interligados, tornando a ação global urgente e indispensável.
A ciência deixa claro: os recifes de corais não podem esperar. Salvar esses ecossistemas é essencial não só para a biodiversidade, mas para a própria estabilidade do planeta.

