Robôs do futuro usam músculos artificiais poderosos e flexíveis

Músculo artificial levanta 4.000 vezes seu próprio peso, inovação incrível (Imagem: Gustavo Quiroga/ Canva Pro)
Músculo artificial levanta 4.000 vezes seu próprio peso, inovação incrível (Imagem: Gustavo Quiroga/ Canva Pro)

A robótica avançou um passo gigantesco com o desenvolvimento de um músculo artificial capaz de levantar até 4.000 vezes o próprio peso. Pesquisadores da Coreia do Sul criaram uma estrutura química inovadora que permite combinar flexibilidade e força, algo até agora inédito na área. Essa tecnologia abre portas para robôs humanoides mais versáteis, dispositivos vestíveis inteligentes e interfaces homem-máquina mais intuitivas.

Além de sua força impressionante, o músculo artificial apresenta alta densidade de trabalho e atua de forma multidirecional, algo essencial para replicar movimentos complexos de sistemas biológicos.

Principais características do músculo artificial:

  • Flexível ou rígido conforme necessidade;
  • Capaz de levantar até 4.400 vezes seu peso;
  • Deformação de até 86,4%, mais que o dobro do músculo humano;
  • Densidade de trabalho de 1.150 kJ/m³, 30 vezes superior ao tecido natural.

Como funciona o músculo sintético

Robôs do futuro ganham força extrema com músculos sintéticos flexíveis (Imagem: PhonlamaiPhoto's Images/ Canva Pro)
Robôs do futuro ganham força extrema com músculos sintéticos flexíveis (Imagem: PhonlamaiPhoto’s Images/ Canva Pro)

O segredo desse avanço está na arquitetura química de dupla reticulação. O músculo combina dois mecanismos de ligação:

  1. Rede covalente: ligações químicas permanentes que garantem durabilidade;
  2. Rede física reversível: interações que permitem flexibilidade e contração.

Além disso, micropartículas magnéticas (NdFeB) incorporadas à matriz polimérica permitem ajustar a rigidez e controlar a movimentação do músculo artificial com precisão.

Essa combinação torna o músculo adaptável: ele amolece ao contrair-se e endurece sob carga pesada, garantindo desempenho excepcional mesmo em tarefas extremas. Apesar de pesar apenas 1,13 gramas, consegue sustentar até 5 quilos, comprovando sua eficiência surpreendente.

Comparações com músculos humanos e vantagens

Robôs flexíveis usam músculos artificiais ultrafortes e leves (Imagem: Gerada por IA/ Canva Pro)
Robôs flexíveis usam músculos artificiais ultrafortes e leves (Imagem: Gerada por IA/ Canva Pro)

Em termos de capacidade de deformação, o músculo sintético supera amplamente o humano. Enquanto o tecido natural alcança cerca de 40% de contração, o músculo artificial chega a 86,4%, permitindo movimentos mais amplos e maior armazenamento de energia por volume.

  • Elasticidade superior: movimentos mais fluidos e versáteis;
  • Força incomparável: elevação de cargas extremas sem aumento de peso;
  • Alta densidade de trabalho: permite maior eficiência energética em robôs.

Essas propriedades fazem dele ideal para robôs humanoides que precisam executar tarefas complexas em ambientes diversos, desde linhas de produção até assistentes pessoais inteligentes.

Testes e validação do material

Para medir a resistência, os pesquisadores realizaram testes de tração uniaxial, aplicando força até o limite de deformação do músculo. O resultado confirmou a capacidade de suportar cargas extremas, mantendo flexibilidade e durabilidade a longo prazo. Isso evidencia o potencial do músculo artificial para aplicações práticas na indústria e na robótica de precisão.

Combinando força, flexibilidade e leveza, esses músculos artificiais prometem transformar a forma como robôs interagem com o ambiente e com os humanos. A tecnologia também abre caminho para dispositivos vestíveis, próteses inteligentes e interfaces adaptativas, ampliando significativamente o impacto da engenharia mecânica moderna.

Leandro Sinis é biólogo, formado pela UFRJ, e atua como divulgador científico. Apaixonado por ciência e educação, busca tornar o conhecimento acessível de forma clara e responsável.