Um planeta localizado a menos de 20 anos-luz do nosso Sistema Solar está chamando a atenção da comunidade científica. Batizado de GJ 251c, ele é considerado um novo candidato a “Super-Terra”, com cerca de quatro vezes a massa terrestre e indícios de composição rochosa. A descoberta, publicada na revista The Astronomical Journal, reforça a ideia de que mundos semelhantes ao nosso podem ser mais comuns do que se imaginava.
Além de sua proximidade, o GJ 251c tem uma característica essencial: ele se encontra na chamada zona habitável, ou “zona Cachinhos Dourados”, região onde a temperatura é adequada para a presença de água líquida na superfície, um dos principais requisitos para a existência de vida.
Tecnologia de ponta e métodos de precisão revelaram o planeta
A identificação do GJ 251c foi resultado de um trabalho dividido em duas etapas. Inicialmente, os pesquisadores observaram pequenas oscilações na luz da estrela GJ 251, que sugeriam a presença de um planeta em órbita. Essa variação foi detectada por meio do Habitable-Zone Planet Finder (HPF), um espectrógrafo de alta precisão sensível à luz infravermelha, instalado no Telescópio Hobby-Eberly, no Texas (EUA).
Para confirmar a descoberta, os cientistas recorreram ao espectrômetro NEID, localizado no Observatório Nacional Kitt Peak, no Arizona. Ambos os instrumentos são capazes de medir variações mínimas na luz estelar, um método fundamental para detectar exoplanetas não visíveis diretamente.
Entre os pontos de destaque do estudo:
- O GJ 251c está em zona habitável e tem massa quatro vezes superior à da Terra;
- É rochosos, o que aumenta suas chances de sustentar água líquida;
- Sua estrela hospedeira é próxima e estável, facilitando futuras observações.
Um passo mais perto da confirmação de uma Super-Terra
Os cientistas afirmam que o GJ 251c representa uma das descobertas mais promissoras dos últimos anos. Embora ainda não existam evidências diretas de atmosfera ou vida, o planeta se mostra um alvo ideal para observações futuras com telescópios de última geração, como o James Webb Space Telescope.
A próxima etapa das pesquisas será direcionada à investigação detalhada da composição atmosférica do GJ 251c. O objetivo é identificar possíveis traços de gases biogênicos, como oxigênio ou metano, que poderiam indicar processos semelhantes aos da Terra.
Com o avanço tecnológico e o aperfeiçoamento dos métodos de detecção, cada novo achado como esse amplia as chances de compreender melhor onde e como a vida pode surgir no cosmos. O GJ 251c, ainda que distante, reforça que o universo pode abrigar muitos outros mundos com condições semelhantes às do nosso planeta azul.
