Depois de décadas de declínio preocupante, a baleia-franca-do-Atlântico-Norte está finalmente mostrando sinais de recuperação. Com uma população estimada em cerca de 384 indivíduos, esse aumento modesto representa uma alta de mais de 7% desde 2020, de acordo com o relatório mais recente do Consórcio de Baleias Francas do Atlântico Norte. Trata-se de um marco importante para uma espécie considerada criticamente ameaçada de extinção.
Indicadores de esperança no oceano
Os dados apontam que, nos últimos quatro anos, a população vem crescendo de forma lenta, mas consistente, um feito notável diante das adversidades enfrentadas pela espécie. Entre os principais avanços observados estão:
- Redução nas mortes acidentais por colisão com embarcações;
- Menor número de ferimentos causados por redes de pesca;
- Surgimento de novas mães reprodutivas, com quatro fêmeas tendo filhotes pela primeira vez;
- Aumento de 11 bezerros nascidos durante o último ciclo reprodutivo.

Esses dados reforçam que medidas de conservação implantadas nos últimos anos, especialmente no Golfo de São Lourenço, no Canadá, estão começando a surtir efeito real.
Desafios que persistem
Apesar dos sinais positivos, os cientistas alertam que a recuperação das baleias ainda é frágil. O aquecimento das águas do Atlântico tem alterado rotas migratórias e empurrado os animais para fora das zonas de proteção, aumentando os riscos de acidentes e reduzindo as chances de alimentação adequada.
Além disso, a espécie continua vulnerável às mudanças climáticas, à poluição sonora e às atividades pesqueiras intensivas. Especialistas enfatizam que apenas políticas de conservação mais rigorosas poderão garantir a continuidade dessa tendência de crescimento.
Um símbolo da resiliência oceânica
As baleias-francas migram anualmente das águas quentes da Flórida e Geórgia para as regiões de alimentação na Nova Inglaterra e no Canadá. Sua recuperação, mesmo que lenta, é vista como um símbolo de resistência da vida marinha e da importância da proteção legal dos ecossistemas oceânicos.
Cada filhote que nasce é uma vitória contra as probabilidades e um lembrete de que a preservação depende de esforços humanos constantes e responsáveis.

