Um achado impressionante no fundo do mar pode reescrever parte da história da humanidade. Fósseis de Homo erectus, datados de 140 mil anos, foram encontrados em uma região submersa da Indonésia, revelando uma população até então desconhecida. A descoberta ocorreu durante um projeto de construção no Estreito de Madura, que conecta as ilhas de Java e Madura.
Quando o mar escondia vales habitados por ancestrais humanos
Durante a última era glacial, os níveis do mar eram muito mais baixos. Por isso, vastas planícies conhecidas como Sundalândia conectavam ilhas do arquipélago indonésio ao continente asiático.
Sendo assim, os fósseis encontrados (entre eles fragmentos de crânio de H. erectus), indicam que nossos ancestrais caçavam nessas terras férteis. Além disso, marcas de corte nos ossos apontam que esses hominídeos caçavam tartarugas e grandes mamíferos.

Vale destacar que essa é a evidência mais antiga de caça de tartarugas no Sudeste Asiático. Com isso, os cientistas levantam a hipótese de que o H. erectus local tenha aprendido técnicas de caça com humanos mais modernos ou as desenvolvido por conta própria.
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Cultura, fósseis e um sonho realizado
“Os hominídeos do Estreito de Madura podem ter desenvolvido essa estratégia de caça de forma independente”, afirmou Harold Berghuis, autor principal do estudo. “Mas a outra possibilidade é que estejamos diante de uma espécie de intercâmbio cultural”, disse o pesquisador.
Cabe ressaltar que a descoberta foi feita após dragagens submarinas para criação de uma ilha artificial. Berghuis encontrou o primeiro fóssil quando já encerrava suas atividades no local: “Sentei-me para apreciar o pôr do sol… e então, bem ao meu lado, estava este fóssil”, disse o cientista.
Terra dos dragões e predadores lendários
Desse jeito, os achados não se limitaram aos humanos extintos. Foram identificadas 36 espécies diferentes em mais de 6.000 fósseis, incluindo dragões-de-komodo. Por isso, os pesquisadores acreditam que esses répteis gigantes possam ter sido os maiores predadores da antiga Sundalândia.
Portanto, a descoberta não apenas revela hábitos de uma espécie extinta, como também amplia nosso entendimento sobre por que o Sudeste Asiático foi um ponto tão importante da evolução humana.