3I/ATLAS impressiona cientistas com jato de gás e poeira em direção ao Sol

Observações mostram cometa 3I/ATLAS liberando material rumo ao Sol (Imagem: Gerada por IA/ Canva Pro)
Observações mostram cometa 3I/ATLAS liberando material rumo ao Sol (Imagem: Gerada por IA/ Canva Pro)

O cometa 3I/ATLAS voltou a atrair atenção ao exibir um jato de gás e poeira apontando diretamente para o Sol. Diferente dos objetos comuns do Sistema Solar, ele vem de um sistema estelar distante e desconhecido, sendo apenas o terceiro cometa interestelar já registrado. Seu núcleo, estimado entre 5 e 11 quilômetros de diâmetro, é possivelmente mais antigo que o próprio Sol, oferecendo informações valiosas sobre a formação de sistemas planetários no universo.

Entre os pontos mais intrigantes do 3I/ATLAS:

  • Origem interestelar desconhecida, viajando a alta velocidade;
  • Núcleo grande e possivelmente muito antigo, anterior à formação do Sol;
  • Comportamento natural de cometa, descartando teorias de origem artificial;
  • Jatos de gás e poeira liberados em regiões aquecidas pelo Sol;
  • Observações detalhadas registradas pelo Telescópio Gêmeo de Dois Metros (TTT).

Como funcionam os jatos voltados para o Sol?

Jato do cometa interestelar revela atividade natural surpreendente (Imagem: Hubble/NASA)
Jato do cometa interestelar revela atividade natural surpreendente (Imagem: Hubble/NASA)

Embora a cauda de um cometa geralmente se estenda na direção oposta ao Sol, os jatos podem se projetar diretamente para ele. Isso ocorre porque o lado exposto à luz solar aquece mais rapidamente. Quando uma região do núcleo atinge temperatura suficiente, o gás preso na superfície escapa de forma explosiva, lançando poeira e detritos a milhares de quilômetros. Diferentemente da cauda tradicional, os jatos fornecem informações sobre a atividade interna do cometa e sua composição.

Observações recentes e registros científicos

Imagens capturadas pelo Observatório de Teide, nas Ilhas Canárias, revelaram detalhes inéditos do núcleo do 3I/ATLAS. Com múltiplas exposições de alta resolução, os registros mostram o ponto escuro central cercado por brilho intenso, destacando o jato em cores que evidenciam seu movimento em direção ao Sol. Esses achados confirmam que, apesar da aparência impressionante, o fenômeno segue padrões naturais conhecidos da física de cometas, reforçando sua origem interestelar.

Cometa 3I/ATLAS exibe jato de gás e poeira apontando para o Sol (Imagem: Wikimedia Commons / Autor: International Gemini Observatory/NOIRLab/NSF/AURA/Shadow the Scientist – Licença CC BY-SA 4.0)
Cometa 3I/ATLAS exibe jato de gás e poeira apontando para o Sol (Imagem: Wikimedia Commons / Autor: International Gemini Observatory/NOIRLab/NSF/AURA/Shadow the Scientist – Licença CC BY-SA 4.0)

Cometas como o 3I/ATLAS oferecem uma janela única para investigar a formação de sistemas planetários. O estudo de seus jatos e caudas permite compreender melhor a composição química, dinâmica e evolução de corpos celestes, contribuindo para modelos astronômicos e para a compreensão de processos que moldaram o nosso próprio Sistema Solar.

O jato do 3I/ATLAS voltado para o Sol não indica fenômenos extraterrestres ou anomalias, mas sim um comportamento natural de cometas em aproximação solar. Esses registros oferecem aos astrônomos dados raros e valiosos sobre objetos interestelares, reforçando que, embora visualmente impressionante, o fenômeno está de acordo com leis físicas conhecidas e ajuda a desvendar a história do universo.

Leandro Sinis é biólogo, formado pela UFRJ, e atua como divulgador científico. Apaixonado por ciência e educação, busca tornar o conhecimento acessível de forma clara e responsável.