3I/ATLAS chega perto do Sol e revela segredos interestelares

Cometa 3I/ATLAS se aproxima do Sol e revela segredos cósmicos (Imagem: Gerada por IA/ Gemini)
Cometa 3I/ATLAS se aproxima do Sol e revela segredos cósmicos (Imagem: Gerada por IA/ Gemini)

O cometa 3I/ATLAS, recém-descoberto, tornou-se um dos objetos celestes mais estudados de 2025. Vindo de uma estrela desconhecida fora do Sistema Solar, ele oferece pistas únicas sobre a composição de mundos distantes na Via Láctea. Este “turista cósmico” despertou atenção da comunidade científica justamente por carregar informações químicas que podem reescrever conceitos sobre a formação planetária.

Nesta semana, o cometa atinge o periélio, ou seja, o ponto de maior aproximação do Sol, localizado a aproximadamente 204 milhões de km (1,36 UA). Esse momento é crucial para observações astronômicas, pois o calor solar interage com o núcleo gelado do cometa, criando fenômenos visíveis da Terra.

O que torna 3I/ATLAS especial?

  • Origem interestelar: viaja de outra estrela, carregando materiais desconhecidos;
  • Periélio seguro: distância suficiente para não ser destruído pelo calor solar intenso;
  • Formação da cauda: gelo se transforma em gás, liberando poeira e criando coma brilhante;
  • Visibilidade terrestre: mais intenso e visível até março de 2026, facilitando observações.

Periélio e interação com o Sol

Visitante interestelar brilha no céu e intriga astrônomos em 2025 (Imagem: NASA, ESA, David Jewitt (UCLA))
Visitante interestelar brilha no céu e intriga astrônomos em 2025 (Imagem: NASA, ESA, David Jewitt (UCLA))

Durante o periélio, o núcleo do cometa recebe a maior radiação solar, provocando sublimação rápida do gelo em gás. Esse processo forma a coma, a nuvem brilhante ao redor do núcleo, e a cauda característica que ilumina o céu noturno. Apesar do intenso calor, o cometa permanece a uma distância maior que Mercúrio, reduzindo drasticamente o risco de destruição. Pequenas fissuras podem ocorrer em regiões frágeis do núcleo, mas a integridade geral deve ser mantida.

A observação detalhada desse momento é essencial para identificar a composição química do cometa, ajudando astrônomos a entender melhor como planetas e corpos celestes se formam em outras partes da galáxia.

Aproximações futuras e visibilidade

Após o periélio, o cometa seguirá afastando-se do Sol, mas permanecerá visível da Terra:

  • 3 de novembro de 2025: visível no céu matutino, pouco antes do amanhecer;
  • 19 de dezembro de 2025: máxima aproximação da Terra, a cerca de 269 milhões de km;
  • Março de 2026: aproximação de Júpiter a 54 milhões de km, podendo alterar levemente sua órbita;
  • Pós-março 2026: luminosidade diminui e desaparece gradualmente da vista terrestre.

O cometa 3I/ATLAS não é apenas um espetáculo visual; ele é uma janela para a química e a física do universo. Ao estudar sua coma, cauda e trajetória, cientistas podem identificar elementos raros e inferir processos que moldam sistemas planetários além do nosso. 

O 3I/ATLAS representa uma oportunidade única de observar um objeto interestelar de perto. Sua jornada pelo periélio e aproximações subsequentes oferecem informações valiosas, não apenas para astrônomos profissionais, mas também para entusiastas e observadores do céu. 

Leandro Sinis é biólogo, formado pela UFRJ, e atua como divulgador científico. Apaixonado por ciência e educação, busca tornar o conhecimento acessível de forma clara e responsável.